terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Eleições 2009: Como um Povo organiza a sua vitória à volta de um Partido

Comunicação do Camarada Armando Emílio Guebuza, Presidente e Candidato Presidencial da FRELIMO, por ocasião do anúncio dos Resultados das eleições Presidenciais, Parlamentares e para as Assembleias Provinciais

Maputo, 28 de Dezembro de 2009

Moçambicanas,
Moçambicanos,
Compatriotas;
Caros camaradas.

O Povo Moçambicano, este povo muito especial para nós, ganhou as eleições de 28 de Outubro. Parabéns Povo Moçambicano por esta estrondosa, retumbante e convincente vitória! A vitória da FRELIMO e do seu Candidato é a vitória do Povo Moçambicano, a maior riqueza desta Pátria de Heróis!

Caros compatriotas!
Desde as primeiras notícias sobre os resultados da contagem nas mesas de votação, veiculadas pela comunicação social, a FRELIMO e o seu Candidato despontaram na liderança e, mais tarde, também nos círculos eleitorais. Hoje, o Conselho Constitucional acaba de validar e de proclamar os resultados finais, declarando a FRELIMO e o seu Candidato como os vencedores do escrutínio do dia 28 de Outubro.
Com estes resultados o maravilhoso Povo Moçambicano demonstrou como se constrói uma vitória à volta do Candidato certo e do Partido firme. Como ficou expresso nos números hoje divulgados, esta vitória não foi construída somente com os votos dos membros da nossa gloriosa e sempre vitoriosa FRELIMO. O número de eleitores que aceitaram o nosso Manifesto Eleitoral ultrapassa, de longe, o número de Moçambicanos que militam nesta quase cinquentenária FRELIMO. Consideramos assim que a vitória do nosso Partido e do seu Candidato é uma demonstração clarividente de que a nossa visão de Moçambique coincide com a visão da maioria do nosso maravilhoso Povo. Por isso, minhas senhoras e meus senhores, caros camaradas, repetimos, esta é a vitória do Povo Moçambicano, do Rovuma ao Maputo e do Indico ao Zumbo.

Neste momento de grande emoção e festa, queremos saudar às nossas irmãs e irmãos que, colocando-se como núcleos difusores da nossa mensagem, souberam transformar a nossa campanha eleitoral em campanha de todos os moçambicanos. Na verdade, o nosso Povo identificou-se com a nossa mensagem de disponibilidade para continuarmos a liderá-lo na luta contra a pobreza. Dessa mensagem, o nosso Povo se apropriou e assumiu-se como seu principal disseminador:
 Usou todos os recursos à sua disposição;
 Enfrentou a fome, a sede, o frio, o calor abrasador e a chuva;
 Concebeu formas inovativas de mobilização, incluindo as lareiras e as novas tecnologias de informação e comunicação;
 Criou obras de arte inéditas, com destaque para peças de teatro, humor, canções, poesia e pintura;
 Organizou e participou em eventos culturais e desportivos e em sessões de angariação de fundos;
 Usou o material de campanha da nossa FRELIMO para, com criatividade, esmero e requinte, confeccionar túnicas, camisas, calças, chapéus, gravatas, vestidos e outras peças de vestuário;
 Com recurso aos nossos cartazes e outros materiais de campanha, o nosso Povo embelezou as suas residências, carroças de tracção animal, bicicletas, motorizadas, viaturas e muitos outros tipos de meios de transporte.

Como o camponês que se entrega de corpo e alma para assegurar maior produtividade da sua machamba, o nosso Povo recorreu a estes diferentes sistemas de transmissão da nossa mensagem para garantir-se, a si próprio, uma vitória esmagadora, retumbante, convincente e à altura da grandeza desta quase cinquentenária FRELIMO. Por isso, a vitória que hoje celebramos tem neste Povo muito especial, o Povo Moçambicano, o seu principal obreiro. Esta é a vitória de um Povo que quer andar para a frente, um povo que sabe que pode e que está a vencer a pobreza.

Compatriotas,
Uma vez mais nós moçambicanos demo-nos, a nós próprios, e brindamos o mundo, com lições de civismo, de respeito pela lei e pelas instituições e de compromisso com a paz e com a democracia multipartidária:
 Afluímos aos locais de votação e esperamos, pacientemente, pela nossa vez de votar; e
 Num ambiente de serenidade esperamos pela divulgação, validação e proclamação dos resultados pelos órgãos eleitorais;

Deixamos inscrita uma saudação aos órgãos eleitorais pelo profissionalismo demonstrado ao longo deste processo. Guiando-se pela Lei, eles deram uma valiosa contribuição ao aprofundamento do Estado de Direito Democrático na nossa Pátria Amada tendo-se também empenhado por garantir eleições livres, justas e transparentes.
As Forças de Defesa e Segurança merecem as nossas reiteradas felicitações por terem cumprido com a sua missão de garantir que todo o processo eleitoral decorresse livre de quaisquer actos de intimidação, vandalismo ou violência. Com sucesso, garantiram igualmente, a protecção dos agentes e do material eleitoral bem como dos locais onde iriam decorrer todos os actos e processos eleitorais.
Saudamos os órgãos de comunicação social pelo seu papel na divulgação dos preparativos para o processo eleitoral, o seu decurso e os resultados a partir das mesas até aos que foram hoje validados e proclamados pela Comissão Nacional de Eleições. Com a sua acção contribuíram para a manutenção do clima de paz, de ordem e de segurança públicas.

Saudamos os partidos e coligações de partidos bem como os Candidatos Presidenciais pela sua valiosa contribuição para a contínua cristalização do firmamento multipartidário moçambicano.
Saudamos as organizações da sociedade civil pela promoção da paz e de um ambiente de tranquilidade durante este período de espera dos resultados finais, como o tinham feito durante a campanha eleitoral. Saudamos igualmente os observadores, nacionais e estrangeiros, pelas suas diversas e valiosas contribuições em apoio ao processo eleitoral.

Compatriotas,
Caros Camaradas.
A nossa mensagem eleitoral assentava no nosso compromisso de dar prosseguimento à liderança do nosso heróico Povo, na sua luta para se libertar do flagelo da pobreza. Como sublinhamos ao longo da nossa campanha eleitoral, esta luta irá desenvolver-se a três níveis fundamentais.

O primeiro nível é aquele que tem a ver com o que cada um de nós pode fazer para a contínua melhoria do seu próprio bem-estar, sem ficar à espera de factores externos nem mesmo do Estado. Neste contexto, nós aconselhamos e encorajamos cada compatriota nosso a continuar a encarar o seu talento, as suas mãos hábeis e os recursos à sua volta como um capital importante para aceder a uma vida melhor.
 Quantos mais moçambicanos podem construir a sua própria habitação, usando tijolo queimado, até com a ajuda dos seus vizinhos e amigos, no quadro da solidariedade de moçambicano para moçambicano?
 Quantos mais moçambicanos podem construir a sua própria cisterna ou adquirir a sua própria motorizada na base da venda dos seus excedentes agrícolas ou da sua criação, seja de bovinos, de caprinos, suínos ou de aves?
 Quantos mais jovens graduados, vivendo no campo ou na cidade, podem ver a sua própria formação como um recurso que lhes confere amplas possibilidades de conceber vias de melhorar a sua vida, na base do empreendedorismo e do auto-emprego?
O segundo nível é aquele que resulta da capacidade do moçambicano de identificar e explorar as oportunidades que derivam dos programas de desenvolvimentos concebidos pelo Governo, nalguns casos em parceria com outros sectores. Estes são os casos:
 dos investimentos públicos e privados em infra-estruturas sociais e económicas;
 da descentralização;
 dos 7 milhões; e
 da Revolução Verde.

Em todos estes programas podem ser identificadas e exploradas oportunidades para o moçambicano aumentar a sua produção e produtividade, gerar renda e produzir riqueza e até empregar outros moçambicanos.

O terceiro nível é aquele que resulta, em grande medida, das acções específicas do nosso Governo no quadro desta luta contra a pobreza. Assim, a FRELIMO e eu próprio vamos cumprir com as nossas promessas eleitorais. Neste sentido:
 Vamos, em primeiro lugar, continuar a consolidar a Unidade Nacional, a Paz e a Democracia, factores essenciais para o nosso desenvolvimento;
 Em segundo lugar, vamos assegurar a continuidade das acções de luta contra a pobreza:
o Realizando e promovendo a realização de mais investimentos em infra-estruturas económicas e sociais;
o Alocando os 7 milhões; e
o Promovendo a Revolução Verde;

Ainda neste contexto e no quadro da promoção da cultura de trabalho, vamos encorajar mais jovens da Geração da Viragem a descobrirem no conhecimento que adquiriram nos bancos das escolas e das universidades um recurso gerador de riqueza e de criação do seu bem-estar, um recurso que muito bem complementa o que lhes pode vir de terceiros. Vamos igualmente continuar a incentivar o combate à prática de mão estendida e a promover a auto-estima dos moçambicanos;
 Em terceiro lugar, vamos dar continuidade à boa governação e à cultura de prestação de contas, consolidando e ampliando a experiência da Presidência Aberta e Inclusiva e assegurando um crescente, e cada vez mais dinâmico, envolvimento do nosso Povo no processo de tomada de decisões, através da descentralização e dos Conselhos Consultivos e de outras organizações da sociedade civil;
 Em quarto lugar, vamos prosseguir com as acções para o reforço da nossa soberania;
 Em quinto lugar, vamos continuar a reforçar a cooperação internacional, reforçando as parcerias existentes e buscando mais amigos.

Esta é a agenda de todos nós moçambicanos, independentemente da nossa filiação partidária. Nenhum moçambicano deve esperar que sejam terceiros a implementá-la, em seu nome, pois, é nós que cabe a exaltante tarefa de construção da nossa Pátria Amada. Por isso, validados e proclamados que foram os resultados eleitorais, queremos convidar a todos os nossos compatriotas, dirigentes e membros de outras formações políticas, a se juntarem ao projecto escolhido pelo nosso maravilhoso Povo, um projecto que tem em vista construir um Moçambique mais próspero, unido, sempre em paz e com crescente prestígio internacional.
Nós próprios proclamamos que seremos o Presidente de todos os moçambicanos e o governo que vamos brevemente constituir irá respeitar e fazer respeitar o Estado de Direito Democrático e de justiça social, baseado no pluralismo de expressão, no respeito e garantia dos direitos e liberdades fundamentais de todos os cidadãos, independentemente de qualquer circunstância que os diferencie.

Compatriotas,
Continuemos a festejar esta estrondosa, esmagadora, retumbante e convincente vitória do nosso maravilhoso Povo com todos os moçambicanos. Celebremos esta nova conquista de Moçambique num ambiente de paz e tranquilidade, de festa e de harmonia social.
 Povo Moçambicano unido do Rovuma ao Maputo Hoye!
 Paz em Moçambique Hoye!
 Moçambique Hoye!

Muito obrigado maravilhoso Povo Moçambicano pela confiança.

A Europa e os seus demónios

Por: Tomás Vieira Mário


O Papa Bento XVI foi alvo de um ataque frustrado, perpetrado na véspera do Natal, no Vaticano. O facto ocorreu no dia 24 de Dezembro corrente, quando uma mulher saltou a barreira de protecção e tentou atacar o Sumo Ponitifice, quando este se dirigia para iniciar a celebração da Missa do Galo, no Vaticano.Segundo o reverendo Ciro Benedettini, porta-voz do Vaticano, o Papa caiu por instantes mas foi imediatamente auxiliado a levantar-se em seguida, tendo prosseguido com o programa como previsto.

Dez dias antes, no dia 13, Massimo Tartaglia, de 42 anos e sem antecedentes criminais, lançou um objecto metálico - uma miniatura da "Duomo" de Milão, um dos monumentos mais conhecidos da cidade italiana – contra o Prmeiro-Ministro italiano, Silvio Berlusconi, quando este saudava os seus acólitos e estava prestes a entrar no carro oficial para deixar a praça onde tinha acabado de orientar um comicio.
Assim,num espaço de 10 dias, ocorriam na Italia agressões graves contra duas figuras que representam a mais alta hierarquia das respectivas institutições – o governo italiano, por um lado, e a Igreja Católica Romana, por outro.

E o que têm de comum estas agressões ? Têm de comum a “explicação” da sua motivação: a imprensa, de forma imediata, tratou de “explicar” que, quer num, quer no outro caso, os perpetradores destes ataques eram ...doentes mentais ou, pelo menos, com historicos psiquiatricos. Por outras palavras: que outro tipo de perfis ou motivações pode ter um cidadão europeu, que agrida, em plena luz do dia, e no meio de tanta multidão, tão ilustres figuras?

Esta “explicação” simples e imediata do fenómeno de agressões físicas, a dirigentes europeus, por cidadão europeus, tem chamado a minha atenção, sobretudo por constituir uma “saída” “limpa” e rápida, eficaz no sentido de tranquilizar “psico” das respectivas sociedades, sempre impreparadas para aceitar que engendrem, eles também, os seus próprios demónios, os quais exprimem, com estes actos, o seu inconformismo com o status quo – seja ele qual for.
Declará-los, de uma vez, “doentes mentais” parece ser a mais eficiente das anestesias colectivas....

Num dos países mais pacíficos do Mundo, e diga-se de passagem, dos melhores amigos de sempre de Moçambique a Suécia – ocorreram, nos últimos 20 anos, dois assassinatos hediondos que abalaram o mundo.
No dia 28 de Fevereiro de 1986, o Primeiro-Ministro Sueco, o carismático Olof Palme, era mortalmente atingido por balas de arma de fogo, quando regressava do cinema, a pé, na companhia da esposa, Lisbet Palme, cerca das 10h20 Tempo Universal. O casal nunca tinha andado com guarda-costas em nenhuma ocasiao.
O caso continua sem desfecho final, estando envolto em inúmeras teorias sobre quem perpetrou o assassinato. Um individuo de nome Christer Petterssson, foi condenado como autor do crime em 1988, depois de identificado como tal pela viúva de Palme. Contudo, num recurso do Tribunal de Recurso, Petterson foi ilibado, depois de ter sido considerado consumidor “abusado de substancias”.

Passados 17 anos, o crime regressaria sobre a liderança politica sueca, desta vez com o bárbaro assassinato, `a golpes de faca, da Ministra dos Negócios Estrangeiros, Ylva Ana Maria Lindh, ocorrido no dia 11 de Setembro de 2003.
Um homem foi detido nos dias seguintes, mas sendo liberto pouco depois, depois uma série de artigos nos jornais desqualificando o seu histórico psico-social. Pouco depois, um outro individuo de pais Sérvios, Mijailo Mijailovic, foi condenado como o autor do crime, depois de o ter confessado em tribunal, em Janeiro de 2004. Contudo, em Julho do mesmo ano, um tribunal de recurso anulou a sentença sobre Mijailovic, com o fundamento de que ele sofria de... perturbações mentais, na altura do cometimento do crime.

Inconformados, os procuradores da republica intentaram novo recurso ao Tribunal Supremo Sueco, o qual, em Dezembro de 2004, voltou a condenar Mijailovic a prisão perpétua...Não faltou quem dissesse: “pois claro, para todos os efeitos, este não era um verdadeiro europeu: era um eslavo...”

Tomás Vieira Mario

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Daviz Simango, um enviado do ocidente (!?)

Estou pelas Europas em férias merecidas depois de longas caminhadas em África nos meus lugares remotos lidando com as comunidades e preparando uma obra que não tenho certeza se um dia será publicada. Hoje decidi entrar na blogosfera, para reproduzir um comment interessante que vi num dos blogues da praça:


Compatriota Lucia,
achas que o Daviz está preocupado com o povo?
1. Qual foi a primeira coisa que ele fez, logo após a fundação do partido? Foi a Europa comunicar os patrões.
2. Qual foi a primeira coisa que fez, logo após a estrondosa derrota? Foi a Europa justificar-se aos patrões.
Esses tipos do MDM consideram mais os europeus que os próprios moçambicanos. São assessorados pela associação dos espoliados e pelo Partido Popular Europeu.
A actitude da delegada não me surpreende. O MDM não está preocupado como povo moçambicano.
Ainda vais te decepcionar a sério.

Nuno


Comentários para que ? São factos claros de comportamentos de um líder que diz lutar por Moçambique, deixando em todas as ocasiões os Moçambicanos para o segundo plano. Fica uma questão: Será Daviz Simango um enviado do ocidente (!?)