segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Celebrando um prémio para Guebuza

Por: Heitor Jacob Nkomo

É sempre com grande satisfação que se toma conhecimento de que o Presidente Armando Guebuza recebeu o prémio africano de promoção do género. Trata-se do prémio “Nandi”, uma estatueta inspirada na história de uma mulher africana que enfrenta desafios na vida social, política e económica.
O prémio, decidido em Janeiro último, em Addis-Abeba, na Etiópia, foi atribuído pela organização “Femmes Africa Solidarité”. A Presidente desta organização, Bineta Diop, justificou a decisão referindo que Moçambique saiu muito recentemente de um conflito armado mas tem se destacado, mais do que muitos países africanos, na promoção do género, para além de que é um raro exemplo de territórios que conseguem manter a paz. Diop reconheceu, por outro lado, que sem a liderança aberta do Presidente Armando Guebuza “não estaríamos aqui, hoje, a reconhecer este feito”.
Este prémio, ao homenagear o Presidente Guebuza, homenageia a imagem do partido de que é líder e homenageia a imagem de um país que, ao longo de mais de quatro décadas, Guebuza e os seus companheiros vêm moldando, construindo e aperfeiçoando. E nessa titânica tarefa, o Presidente Guebuza esteve sempre na primeira linha.
Quando em 2003 Armando Emílio Guebuza foi escolhido pelos seus companheiros para substituir o insigne diplomata e estadista que é Joaquim Chissano, a esperança dos moçambicanos por um futuro melhor de progresso e desenvolvimento foi renovada. Os moçambicanos conheciam, afinal, com bastantes detalhes, a trajectória de Guebuza. Ainda com tenra idade, como dirigente do NESAM, Armando Guebuza inspirou os seus companheiros a manterem-se ligados às suas raízes.
Quando toda a máquina psico-social do regime colonial insistia num ensino alienante, que procurava subtrair os africanos da sua história e da sua cultura, Guebuza e seus condiscípulos, rapazes e raparigas, empenhavam-se na recuperação do Xigubo, do Ndlhama, do Muthimba, do Limbondo, do Mapiko, do Makwhay, da literatura africana consubstanciada nos Karingana Wa karingana e na canção moçambicana. O mérito desta acção deve ser vista tendo em conta o poder da propaganda colonial que fazia com que, qualquer jovem que entrasse no primeiro ciclo do ensino secundário passasse a ter vergonha de falar a sua língua (que os colonialistas chamavam língua de cão). Alguns tinham mesmo vergonha de apresentar suas mães que envergassem, por exemplo, a capulana ou o lenço.
O NESAN dirigido por Guebuza foi um verdadeiro centro de resistência contra a manipulação colonial. Não é, pois, de admirar quando muitos dos seus jovens membros, homens e mulheres, embrenharam-se na luta clandestina aquando da fundação da FRELIMO. Nesta opção voltou a destacar-se Armando Guebuza que, nesta fase, se notabilizou como um destemido combatente da clandestinidade.
O grupo de que Armando Guebuza fazia parte e que tentou chegar à Tanzania, via Rodésia, era constituído por jovens de ambos os sexos. Destacam-se neste grupo o próprio Guebuza, Ângelo Chichava, Milagre Mazuze, Josina Machel e Adelina Mocumbi. Já naqueles longínquos anos havia clareza de que a luta do povo moçambicano, para vencer, deveria contar com uma activa participação da mulher.
Com Samora, Chissano, Chipande, Mabote e outros combatentes Armando Guebuza simbolizou a recuperação da dignidade roubada pelo ocupante. A luta titânica pela libertação da nossa pátria e a epopeia do estabelecimento do primeiro Estado dirigido por moçambicanos figurarão na história universal como indómitas reivindicações protagonizadas por uma geração valorosa, altiva e resoluta. Foi rememorando esta trajectória de Guebuza que as esperanças dos moçambicanos foram renovadas aquando da sua eleição como Presidente da República.
As esperanças dos moçambicanos não foram defraudadas. A dinâmica liderança de Guebuza marcou diferença nestes últimos cinco anos. Peguemos apenas num exemplo. A transferência de recursos e poder para os distritos conferiu maior protagonismo às moçambicanas e moçambicanos. Esse protagonismo é visível ao nível político e, também, ao nível económico. No que concerne à mulher, a sua presença é visível nos Conselhos Consultivos, na chefia de postos administrativos, na administração de distritos, no governo de províncias, na chefia de ministérios, como deputadas, como embaixadoras. A mulher está, verdadeiramente, no centro do poder. Ao nível económico, a mulher beneficia enormemente da alocação dos sete milhões aos distritos. Uma parte importante dos projectos financiados são formulados e geridos por mulheres.
Como aconteceu durante a heróica luta pela independência, os moçambicanos sabem hoje que a luta contra a pobreza só será vencida se a mulher partilhar responsabilidades com o homem. Se ela, também, exercer o poder. Poder político e poder económico.
Fonte: notícias 31/08/09

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